quinta-feira, 18 de junho de 2009

MINISTÉRIO PÚBLICO RESOLVE ACABAR COM A FARRA DO BOI ILEGAL NA AMAZÔNIA


Criadores de gado e frigorificos terão que se adaptar às exigencias do ministério publico federal e a entidades que combatem o desmatamento em especial o "Greenpeace", que levantou a polêmica.

Tudo começou quando o Ministério Público Federal decidiu investigar fazendas produtoras de gado na Amazônia e flagrou cenas do gado sendo criado onde deveria haver floresta.
Em vez de árvores, grama, pastos enormes. A produção de gado, em áreas desmatadas ilegalmente, levou o Ministério Público a abrir processo contra 21 fazendeiros e 11 frigoríficos.

Além de abrir processo contra os pecuaristas, o Ministério Público notificou dezenas de grandes empresas brasileiras. Se elas comprarem produtos feitos a partir do abate de bois ilegais também serão processadas.

Na Amazônia Legal, há 63 milhões de cabeças de gado, 30% de todo o rebanho nacional. Seguindo a rota dos caminhões, o Greenpeace descobriu que os chamados 'bois piratas' saem das fazendas e viajam sem controle até chegar aos frigoríficos. Lá, se misturam com o gado criado legalmente e dali, a carne, o couro e outras partes do boi pirata são distribuídas para empresas até chegar ao consumidor final, no Brasil e no Exterior.

As grandes redes de supermercados do país decidiram não comprar mais carne bovina que tenham procedencia de regiões amazônicas onde ocorreu desmatamento.

"Uma decisão dessas da rede de supermercados tem uma força maior do que uma lei. Eu tenho certeza que os frigoríficos vão rapidamente arrumar um sistema de rastreamento que vai garantir que a carne que o brasileiro está comendo e exportando não está destruindo a Amazônia", acredita o Diretor de políticas públicas do Greenpeace, Nilo D´Ávila.

De acordo com a Associação de Exportadores de Carne, a ação do Ministério Público foi precipitada. As fazendas citadas não constam da lista de propriedades embargadas pelo Ibama.

"É uma lista de fazendas que receberam recentemente, há questão de duas, três semanas, autos de infração. Portanto elas não estão ainda julgadas. Elas podem oferecer recursos e se defenderem do que os fiscais acharam de ilícito nestas fazendas. Infelizmente o Ministério Público está extrapolando em cima de uma situação que é absolutamente imprecisa, incorreta e ilegal na minha opinião", afirma Roberto Gianetti da Fonseca, Presidente da Associação Brasileira da Indústria de Exportadores de Carne.

O Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc diz que toda a cadeia produtiva da carne vai ter que se adaptar. "Apoio firmemente a decisão do Ministério Público do Pará e apoio firmemente a decisão de algumas redes de supermercado que estão fazendo boicote. Isso já está funcionando em Mato Grosso do Sul os pecuaristas já estão preocupados, procurando se adequar".

E quer que o governo só financie pecuaristas que apresentarem provas sobre a origem do animal. "Não basta dar pancada em quem está errado, tem que financiar quem está certo", completa Minc.