terça-feira, 7 de julho de 2009

Produtos Transgênicos Você é a Favor ou Contra?

Alimentos Transgênicos
Se você ainda não conhece essa sigla ainda vai ouvir falar muito dela. OGM quer dizer Organismo Geneticamente Modificado. Ou, simplesmente, transgênico. Trocando em miúdos, trata-se de um ser vivo cuja estrutura genética - a parte da célula onde está armazenado o código genético - foi alterada pela inserção de genes de outro organismo, de modo a atribuir ao receptor características não programadas pela natureza. Uma planta que produz uma toxina antes só encontrada numa bactéria. Um microorganismo capaz de processar insulina humana. Um grão acrescido de vitaminas e sais minerais que sua espécie não possuía. Tudo isso é OGM.
A engenharia genética utiliza enzimas para quebrar a cadeia de DNA em determinados lugares, inserindo segmentos de outros organismos e costurando a seqüência novamente. Os cientistas podem “cortar e colar” genes de um organismo para outro, mudando a forma do organismo e manipulando sua biologia natural a fim de obter características específicas (por exemplo, determinados genes podem ser inseridos numa planta para que esta produza toxinas contra pestes). Este método é muito diferente do que ocorre naturalmente com o desenvolvimento dos genes.
Vantagens
1. O alimento pode ser enriquecido com um componente nutricional essencial. Um feijão geneticamente modificado por inserção de gene da castanha do Pará passa produzir metionina, um aminoácido essencial para a vida. Um arroz geneticamente modificado produz vitamina A.
2. O alimento pode ter a função de prevenir, reduzir ou evitar riscos de doenças, através de plantas geneticamente modificadas para produzir vacinas, ou iogurtes fermentados com microrganismos geneticamente modificados que estimulem o sistema imunológico.
3. A planta pode resistir ao ataque de insetos, seca ou geada. Isso garante estabilidade dos preços e custos de produção. Um microrganismo geneticamente modificado produz enzimas usadas na fabricação de queijos e pães o que reduz o preço deste ingrediente. Sem falar ainda que aumenta o grau de pureza e a especificidade do ingrediente e permite maior flexibilidade para as indústrias.
4. Aumento da produtividade agrícola através do desenvolvimento de lavouras mais produtivas e menos onerosas, cuja produção agrida menos o meio ambiente.
Desvantagens
1. O lugar em que o gene é inserido não pode ser controlado completamente, o que pode causar resultados inesperados uma vez que os genes de outras partes do organismo podem ser afetados.
2. Os genes são transferidos entre espécies que não se relacionam, como genes de animais em vegetais, de bactérias em plantas e até de humanos em animais. A engenharia genética não respeita as fronteiras da natureza – fronteiras que existem para proteger a singularidade de cada espécie e assegurar a integridade genética das futuras gerações.
3. A uniformidade genética leva a uma maior vulnerabilidade do cultivo porque a invasão de pestes, doenças e ervas daninha sempre é maior em áreas que plantam o mesmo tipo de cultivo. Quanto maior for a variedade (genética) no sistema da agricultura, mais este sistema estará adaptado para enfrentar pestes, doenças e mudanças climáticas que tendem a afetar apenas algumas variedades.
4. Organismos antes cultivados para serem usados na alimentação estão sendo modificados para produzirem produtos farmacêuticos e químicos. Essas plantas modificadas poderiam fazer uma polinização cruzada com espécies semelhantes e, deste modo, contaminar plantas utilizadas exclusivamente na alimentação.
5. Os alimentos transgênicos poderiam aumentar as alergias. Muitas pessoas são alérgicas a determinados alimentos em virtude das proteínas que elas produzem. Há evidencias de que os cultivos transgênicos podem proporcionar um potencial aumento de alergias em relação a cultivos convencionais.
Os mitos da Biotecnologia:
As corporações agroquímicas que controlam a orientação e os objetivos das inovações na agricultura através da biotecnologia argumentam que a engenharia genética estimulará a sustentabilidade na agricultura e solucionará os problemas que afetam a agricultura convencional e tirará os agricultores do Terceiro Mundo da baixa produtividade, pobreza e fome (Molnar e Kinnucan 1989, Gresshoft 1996). Comparando os mitos com a realidade é possível observar que os desenvolvimentos atuais na biotecnologia agrícola não satisfazem as promessas feitas e as expectativas criadas em torno deles.
A Biotecnologia beneficiará os pequenos agricultores e favorecerá os famintos e os pobres do Terceiro Mundo
Ainda que exista fome no mundo e se sofra devido à poluição por pesticidas, o objetivo das corporações multinacionais é obter lucros e não praticar a filantropia. É por isto que os biotecnologistas criam as culturas transgênicas para uma nova qualidade de mercado ou para substituir as importações e não para produzir mais alimentos (Mander e Goldsmith 1996). No geral, as companhias que trabalham com biotecnologia estão dando ênfase a uma faixa limitada de culturas para as quais existe um mercado seguro e suficiente, visando os sistemas de produção exigentes em capital. Se os biotecnologistas estiverem realmente interessados em alimentar o mundo, porque o gênio científico da biotecnologia não procura desenvolver variedades de culturas que sejam mais tolerantes a ervas daninhas em vez de ser tolerantes a herbicidas? Ou porque não estão sendo desenvolvidos outros produtos mais promissores da biotecnologia tais como plantas fixadoras de nitrogênio e plantas resistentes à seca?
No Brasil
Segundo o Artigo 225 da Constituição Federal Brasileira: "Todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial a sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
Em 1995, foi aprovada a Lei de Biossegurança no Brasil, que gerou a constituição da CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança), pertencente ao MCT (Ministério da Ciência e Tecnologia). Este fato permitiu que se iniciassem os testes de campo com cultivos geneticamente modificados, que são hoje mais de 800.
Transgênicos à venda
Testes feitos em laboratórios europeus detectaram a presença de transgênicos em 11 lotes de produtos vendidos no Brasil, a maioria deles contendo a soja geneticamente modificada Roudup Ready, da Monsanto ou com o milho transgênico Bt, da Novartis.
- Nestogeno, da Nestle do Brasil, fórmula infantil a base de leite e soja para lactentes contendo soja RR;

O que é Clonagem

Clonagem

O que é a clonagem? A clonagem é a reprodução assexuada de um indivíduo. Das manobras de clonagem resulta um organismo que se intitula clone. Este clone tem composição genética igual à do organismo que lhe deu origem e, portanto, características físicas (aspecto exterior, fenótipo) muito semelhantes às daquele organismo. O clone é tão semelhante ao organismo do qual teve origem como dois gémeos univitelinos o são entre si. Um clone é pois um “gémeo” de outro indivíduo que tem porém mais 20, 30 ou mais anos do que o seu “gémeo”.

A clonagem faz-se no reino vegetal há muito tempo (às vezes de frutos “iguais”) e em animais inferiores, mas só recentemente, com o caso muito mediático da ovelha Dolly, é que foi possível a clonagem de mamíferos.

Como se faz a clonagem

Embora haja diversos métodos de fabricar clones, o mais usualmente empregue é o da transferência nuclear. Em síntese, neste método isola-se um ovócito (ou óvulo, ou seja o gâmeta feminino existente no ovário), retira-se-lhe o núcleo, por aspiração com uma pipeta de ponta microscópica e introduz-se o núcleo de uma célula da pele ou de outro orgão, retirada ao indivíduo que se deseja clonar. Em seguida, por estímulos químicos e eléctricos apropriados, provoca-se a divisão do ovócito assim preparado e vão-se dando divisões sucessivas. Colocando este produto celular no útero de uma fêmea da mesma espécie, e se as condições forem favoráveis, continua a evolução através dos estados de embrião e feto até ao nascimento de um indivíduo.

O que é o clone

O ser clonado ou clone que se desenvolve no útero e vem a nascer (caso as condições sejam favoráveis) é indubitavelmente, um indivíduo da espécie em causa, apenas com a característica de ser como que gémeo daquele que lhe deu origem. No caso da espécie humana (se se vier a verificar uma clonagem de seres humanos) o clone será uma pessoa como qualquer outra, embora com a característica de ser igual (ou quase) aquele que lhe deu origem. Isto quer dizer que, se houver clonagem humana, o clone terá a mesma dignidade que qualquer outro ser humano e direito a ser respeitada a sua dignidade, liberdade e integridade.

Quanto à natureza do clone, antes de ser implantado no útero, há posições divergentes. Como não resulta da fusão de um óvulo e de um espermatozóide, há quem lhe negue a qualidade de embrião, preferindo chamar-lhe “embrioide” ou “artefacto embrionário”. Do ponto de vista semantico, é verdade que o embrião é definido como resultando da penetração de um ovócito por um espermatozóide e fusão destas duas células – mas a definição é essa por que era desconhecida, até aí, outra forma de reprodução que não fosse a sexuada.

Outra corrente de pensamento entende que o clone, antes da implantação, é um embrião, pois tem características idênticas às do embrião obtido por via sexual, divide-se e tem o mesmo potencial de originar um nascituro.

Clonagem reprodutiva versus clonagem terapêutica

A clonagem reprodutiva seria a que tem por fim implantar o clone no útero e levar a gestação até ao nascimento do clone, o que constitui o objectivo desta clonagem.

Na clonagem dita terapêutica, pelo contrário, o objectivo não é implantar o clone no útero mas sim aproveitá-lo, numa fase ainda inicial do seu desenvolvimento (na fase de blastocisto) para lhe retirar as células internas, que serão cultivadas artificialmente. Estas células, que têm o potencial de evoluir para quase todas as células do organismo, chamam-se células estaminais embrionárias. A ideia é usá-las para substituir, num organismo de criança ou adulto, as células de órgãos que, por qualquer razão, funcionam mal ou já não funcionam. Esta técnica viria a substituir os transplantes e teria a vantagem de não necessitar de tratamentos do transplantado para evitar a rejeição, no caso do clone ser obtido a partir do organismo do doente.

Do ponto de vista da técnica da obtenção do clone, não há qualquer diferença entre clonagem reprodutiva e clonagem terapêutica

Avaliação ética

A clonagem reprodutiva é consensualmente considerada como gravemente lesiva da noção ética de respeito pela dignidade e identidade pessoal e por isso é proibida em grande parte dos países. Entre nós, como em outros países europeus que ratificaram a Convenção Europeia dos Direitos Humanos e a Biomedicina, é formalmente proibida. Porquê?

a) A clonagem põe em risco a identidade do clone, desde o início “cópia” do ser que lhe deu origem;

b) Põe em gravíssimo risco a liberdade do clone, que será educado como dependendo, inteiramente, das opções e fins do que lhe deu origem;

c) Conduz à marginalização social do clone, que será considerado pelos indivíduos “normais” como uma cópia e não como um indivíduo;

d) Resulta de uma decisão egoísta e narcisista do clonador, que por razões inteiramente pessoais e não defensáveis resolveu fazer uma cópia de si mesmo (para ter a ilusão de imortalidade, para ter um sucessor que ache igual a si mesmo, etc.) em vez de ter um filho;

e) Não resolve uma esterilidade, já que o clone não terá pai nem mãe (o que lhe cria também inultrapassáveis dificuldades sociais, jurídicas e afectivas).

Quanto à clonagem terapêutica, as opiniões dividem-se. Para os que entendem que o clone não implantado não é um embrião, os problemas éticos não têm relevância, já que o objectivo será melhorar ou curar doenças graves, o que em si é ético e louvável. Para os que não vêem diferenças entre o embrião “normal” ainda não implantado e o clone ainda não implantado, o problema ético é grave embora os fins sejam nobres, não justificam os meios, que constam na instrumentalização do clone e na sua destruição, a fim de fabricar células estaminais. Dado que os clones têm todo o potencial para resultarem, se implantados, em novos indivíduos da respectiva espécie, parece que esta última posição é a mais fundamentada e que por isso toda a clonagem humana é imoral e deve ser proibida.

Na prática

Nesta discussão é necessário ter presentes alguns dados práticos. O primeiro é que não existem hoje provas de que alguma vez tenha sido praticada uma clonagem humana reprodutiva e nem sequer sabemos se ela é possível na espécie humana (em certas espécies, como no cão, não se conseguiu realizar a clonagem).

Em segundo lugar, não se conseguiu até hoje realizar uma única clonagem “terapêutica”, isto é, não se obtiveram tratamentos com células derivadas de clones.

Em terceiro lugar, uma clonagem “terapêutica”, se fosse possível, teria preços tão exorbitantes que só seria acessível aos muito ricos, agravando a dificuldade de acesso a cuidados diferenciados e caros que hoje já se esboça nas sociedades desenvolvidas.

Por todos estes motivos, justifica-se o embargo de quaisquer experiências de clonagem humana até haver mais dados da experiência no animal, melhor conhecimento das bases biológicas e melhor exploração de outras vias (células estaminais embrionárias ou adultas, redução da antigenicidade de células transplantadas, etc.) que podem ser mais simples, mais económicas e eticamente mais aceitáveis.

Em resumo: não deve haver clonagem humana e nem sequer precisamos dela.

Vai um clone ai? Texto - Revista super interessante

Desde quando a ovelha Dolly nasceu, em 1997, pouca gente tinha dúvida de que havia sido iniciada uma silenciosa contagem regressiva em direção ao anúncio do primeiro ser humano clonado. No fim do ano passado rompeu-se o silêncio: o médico italiano Severino Antinori afirmou que um clone humano estaria sendo gerado, com nascimento previsto para o mês de janeiro de 2003. Ainda mais barulho fez a química francesa Brigitte Boisselier, da clínica americana Clonaid, que anunciou que o primeiro bebê clonado já havia nascido. Boatos à parte, o fato é que a ciência está muito próxima de chegar à clonagem humana. Há tecnologia e disposição para isso. Mas será que existem motivos reais para que nos lancemos a essa nova e incerta experiência? E, melhor ainda, estamos prontos para aceitar essa idéia? A resposta é mais complexa do que parece e, a cada dia, gente troca de lado nessa discussão que está cada vez mais quente. Entre os cientistas parece haver pelo menos uma unanimidade: a clonagem terapêutica será feita. Nela, células clonadas são implantadas em um óvulo para gerar uma raríssima matéria-prima biológica: as células- tronco. Essas células podem ser moldadas pelos cientistas, dando origem a qualquer tipo de tecido. E, portanto, de órgãos também. Um indivíduo com cirrose hepática, por exemplo, poderia ter seu próprio fígado clonado e implantado em si mesmo.

"A clonagem para fins terapêuticos embora tenha causado uma grande rejeição por parte da igreja, é mais fácil de ser aceita por governos e pelas pessoas comuns. Primeiro, porque sua motivação é mais nobre, depois, porque ela é urgente", afirma o biólogo argentino radicado nos Estados Unidos José Cibelli, com a autoridade de quem liderou a única experiência bem-sucedida com clonagem humana já apresentada publicamente. Em outubro do ano passado, ele conseguiu que uma célula ovo clonada se dividisse e chegasse a ter seis células antes de morrer. "Quando conseguirmos um embrião com pelo menos 50 células poderemos extrair células-tronco", diz Cibelli. Segundo ele, a clonagem terapêutica pode beneficiar imediatamente mais de 120 milhões de pessoas, portadoras de doenças graves como os males de Alzheimer e Parkinson.