quinta-feira, 8 de abril de 2010

Cuba utiliza veneno de escorpião no tratamento de câncer


Mais de 70 mil pacientes com câncer se submeteram a tratamento em Cuba com o veneno do escorpião azul, cuja ação terapêutica contra essa doença é utilizada por especialistas na ilha há alguns anos. Os pacientes procedem de todas as províncias do arquipélago e de várias nações européias e latino-americanas, entre elas México, segundo uma nota divulgada pela Agência Informação Nacional (AIN).
O tratamento com o medicamento Escozul, elaborado a partir da toxina dos escorpiões, beneficiou cerca de 10 mil pacientes este ano em Cuba, segundo a fonte. Sua aplicação é parte de um projeto de pesquisa aprovado pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (CITMA) e dirigido pelo Instituto de Oncologia e Radiobiología, do Ministério de Saúde Pública.
O fármaco se obtém com a diluição do veneno do escorpião azul (Rhopalurus junceus), de evidente efetividade no combate contra vários tumores malignos, inflamação pélvica, mal de Parkinson e outras dolências. Escozul se administra de forma controlada a pacientes afetados de inflamações pélvicas e prostáticas suscetíveis a converter-se em dolências malignas, explicou o cientista Misael Bordier, precursor do projeto.
O cientista assegurou que o remédio encontra uma positiva resposta clínica e de laboratório em 97% das pessoas que padecem essas patologias. Mas advertiu que "não falamos de cura absoluta, mas de notável melhoria, incremento da qualidade de vida e erradicação total das protuberâncias na maioria dos doentes".
Indicou, além disso, que este componente contra o câncer possui o Certificado de Registro de Marca, concedido em 1999 pelo Escritório Cubana da Propriedade Industrial ao CITMA. Os cientistas extraem das glândulas dos escorpiões vivos até seis secreções da toxina, que se utiliza para a preparação do remédio.